segunda-feira, 6 de agosto de 2012

DANÇAS MILENARES - PARTE 2

5000 a.C. – Egito





Nessa época, as danças no Egito tinham um caráter sagrado e eram executadas em homenagem aos deuses. Os mais homenageados eram a deusa Hathor, da dança e da música, e o deus Bés, que é considerado o inventor da dança; a ambos era atribuído um poder sobre a fertilidade.

Hathor é representada por uma vaca que, segundo a lenda, possuía o sol entre os chifres, e Bés, por um dançarino anão, coberto com pele de leopardo para se proteger de feitiçarias, que dava cambalhotas desajeitadas e fazia caretas para assustar os espíritos malfeitores.

O culto a Osíris, deus da luz, a quem era atribuído o ensinamento da agricultura aos homens, acontecia todos os anos, na época de cheia do rio Nilo. O ritmo das cheias e vazantes do rio Nilo comandava os trabalhos de semeadura e colheita, que eram celebrados com danças na primavera.

Muitas outras danças, sempre relacionadas aos deuses egípcios, eram executadas. Por isso são chamadas de danças divinas ou sagradas. Para o deus Amon acontecia a procissão da “barca sagrada”, na qual bailarinos acrobatas apresentavam suas proezas.

As danças apresentadas por ocasião das festas religiosas e dos funerais também eram consideradas sagradas. Nos funerais havia os “mouou”, personagens que surgiam muito de repente e vinham ao encontro do enterro, dançando em duplas. Os egípcios acreditavam que as movimentações desses dançarinos asseguravam ao morto a ascensão a uma nova vida.

Existiam também as danças profanas, que aconteciam por ocasião dos banquetes em honra aos vivos ou aos mortos, e também para entregar recompensas a funcionários ou por ocasião de elevação de cargo.

2000 a.C. – Índia





Na Índia as danças têm origem na invocação a Shiva (deus da dança). Com suas danças e músicas, os hindus procuravam uma união com a natureza.

Assim como a egípcia, a dança de Shiva tinha por tema a atividade cósmica. Ela exprimia os eventos divinos. O ritmo da dança estava associado à criação contínua do mundo, à manutenção desse mundo, à destruição de algumas formas para o nascimento de outras.

Os vários estilos de dança, sempre relacionados a deuses, tinham o mesmo princípio, o de que “o corpo inteiro deve dançar”. Por isso, as danças indianas apresentam movimentos muito elaborados de pescoço, olhos, boca, mãos, ombros e pés.

Cada gesto tem um significado místico, afetivo e espiritual. Todos os gestos das mãos, chamados mudras, têm um nome específico e expressam significados diferentes. Trata-se de uma dança que se exprime por símbolos predeterminados, construídos pelo corpo.

A dança indiana não vê fronteira entre a vida material e a vida espiritual, pois, para os hindus, corpo e alma não estão separados. Suas danças são passadas de geração a geração. São chamadas de ragas e cada raga tem suas próprias cores, que representam certos poemas e se referem a lendas e a estações do ano ou a horas do dia.

Na Índia, a dança ainda hoje é ligada ao misticismo e à religião. As escolas de dança funcionam junto aos santuários.

Fonte: Artigo História da dança - Linha do Tempo da Dra. Rosana van Langendonck* - PUC/SP

Veja uma apresentação de dança indiana clássica no vídeo à seguir:



Em breve, mais sobre as danças milenares!!!
Prof. Vanessa

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

DANÇAS MILENARES

"Em diferentes civilizações primitivas, a dança apresenta caráter espiritual, litúrgico e de diversão.
A dança no Egito apresentava no principio características sagradas e, posteriormente, possuía características de diversão (BERTONI, 1992, p. 22).
Na Mesopotâmia, a dança estava inserida na essência ideológica , cultural, politica e cotidiana. Bertoni cita pensamento de Platão, dizendo: '...a dança é um dom dos deuses. Ela deve ser consagrada aos deuses que a criaram'. E ainda a afirmação de Heráclito: 'O mundo é fogo eternamente vivo, que acende e se apaga em ritmo certo' (BERTONI, 1992, p. 38).
A dança dionisiana, que era realizada e oferecida ao deus Dionísio, durante o ato de pisar uvas, é a mais antiga das danças gregas e deu origem ao teatro, no momento em que começou a ser assistida por um público que se posicionava em forma de teatro de arena, para assistir ao ritual. Tal dança foi convertida posteriormente em dança litúrgica no calendário grego (SILVA, 2004, p. 188)."

(Luciana Pinheiro Torres em  "A Dança no Culto")


Hebreus 






Os Hebreus não podiam, por conta de sua religião, idolatrar a nenhum ser vivo e por este motivo, eles não representavam personagens e nem animais em seus cultos. Por este motivo suas danças eram espontâneas  e  ocorriam no meio das multidões em festas que duravam cerca de uma semana, onde eles tinham a oportunidade de extravasar suas emoções. O povo Hebreu expressava sua gratidão ao seu Deus dançando pelas ruas, principalmente em rodas e fileiras e por meio de danças giratórias. A Bíblia é o principal registro que temos da dança deste povo, onde podemos encontrar diversas citações sobre dança. Exemplos:


Danças em fileiras:
  • Êxodo 15 - A profetiza Mìriam, irmã de Moisés, tocando um tamborim, dirige um coro de mulheres que dançam celebrando a passagem pelo mar vermelho;
  • Juízes 11 - 34 - A filha de Jefté sai dançando ao seu encontro ao som de tamborins;
  • I Samuel 18 - 6 e 7 - As mulheres saem pelas ruas dançando em celebração à vitória de Davi sobre os filisteus;
Danças em rodas:
  • Êxodo 32 - Ao descer do monte Sinai, Moisés encontra o povo dançando em volta do bezerro de ouro;
  • Juízes 21 - 19 à 23 - As jovens de Siló dançam em roda nos vinhedos e os homens de Benjamin vão até lá raptá-las.
A dança de Davi:
  • Outra dança muito importante citada pela Bíblia é a comemoração de Davi em virtude do retorno da arca da aliança para Jerusalém. Davi vestia apenas um colete sacerdotal de linho, o que para a época, era um escândalo por estar "quase nu" e diz a bíblia que ele "dançava com todas as forças perante o Senhor" o que deve significar uma intensidade fora do comum em sua dança.





*Em breve, leia aqui: Danças no antigo Egito, na Índia e na Grécia.

Danças Primitivas

A dança acompanha o homem desde os povos primitivos. Uma prova disso são os registros de dança nas artes rupestres encontradas nos sítios arqueológicos espalhados pelo mundo.
Nas eras Paleolítica e Mesolítica (9000 e 8000 a.C) a dança estava diretamente relacionada à sobrevivência. A dança ocorria em rituais com o intuito de impedir eventos naturais que poderiam prejudicar as colheitas, caça e pesca. Em cavernas onde encontram-se as artes rupestres há muitos desenhos de pessoas em roda, dançando em volta de animais, correndo e saltando imitando o movimento desses animais.


No período Neolítico (6500 a.C), o homem deixa de ser nômade e fixa residência em um local determinado. Por este motivo os rituais e oferendas em forma de dança passam a ter um sentido de gratidão e de festejar a terra e o preparo para o plantio, celebrando a colheita e a fertilidade do rebanho.