5000
a.C. – Egito
Nessa época, as danças no Egito
tinham um caráter sagrado e eram executadas em homenagem aos deuses. Os mais
homenageados eram a deusa Hathor, da dança e da música, e o deus Bés, que é
considerado o inventor da dança; a ambos era atribuído um poder sobre a
fertilidade.
Hathor é representada por uma
vaca que, segundo a lenda, possuía o sol entre os chifres, e Bés, por um
dançarino anão, coberto com pele de leopardo para se proteger de feitiçarias,
que dava cambalhotas desajeitadas e fazia caretas para assustar os espíritos
malfeitores.
O culto a Osíris, deus da luz, a
quem era atribuído o ensinamento da agricultura aos homens, acontecia todos os
anos, na época de cheia do rio Nilo. O ritmo das cheias e vazantes do rio Nilo
comandava os trabalhos de semeadura e colheita, que eram celebrados com danças
na primavera.
Muitas outras danças, sempre
relacionadas aos deuses egípcios, eram executadas. Por isso são chamadas de
danças divinas ou sagradas. Para o deus Amon acontecia a procissão da “barca
sagrada”, na qual bailarinos acrobatas apresentavam suas proezas.
As danças apresentadas por
ocasião das festas religiosas e dos funerais também eram consideradas sagradas.
Nos funerais havia os “mouou”, personagens que surgiam muito de repente e
vinham ao encontro do enterro, dançando em duplas. Os egípcios acreditavam que
as movimentações desses dançarinos asseguravam ao morto a ascensão a uma nova
vida.
Existiam também as danças
profanas, que aconteciam por ocasião dos banquetes em honra aos vivos ou aos
mortos, e também para entregar recompensas a funcionários ou por ocasião de
elevação de cargo.
Na Índia as danças têm origem na
invocação a Shiva (deus da dança). Com suas danças e músicas, os hindus
procuravam uma união com a natureza.
Assim como a egípcia, a dança de
Shiva tinha por tema a atividade cósmica. Ela exprimia os eventos divinos. O
ritmo da dança estava associado à criação contínua do mundo, à manutenção desse
mundo, à destruição de algumas formas para o nascimento de outras.
Os vários estilos de dança,
sempre relacionados a deuses, tinham o mesmo princípio, o de que “o corpo
inteiro deve dançar”. Por isso, as danças indianas apresentam movimentos muito
elaborados de pescoço, olhos, boca, mãos, ombros e pés.
Cada gesto tem um significado
místico, afetivo e espiritual. Todos os gestos das mãos, chamados mudras, têm
um nome específico e expressam significados diferentes. Trata-se de uma dança
que se exprime por símbolos predeterminados, construídos pelo corpo.
A dança indiana não vê fronteira
entre a vida material e a vida espiritual, pois, para os hindus, corpo e alma
não estão separados. Suas danças são passadas de geração a geração. São
chamadas de ragas e cada raga tem suas próprias cores, que representam certos
poemas e se referem a lendas e a estações do ano ou a horas do dia.
Na Índia, a dança ainda hoje é
ligada ao misticismo e à religião. As escolas de dança funcionam junto aos
santuários.
Em breve, mais sobre as danças milenares!!!
Prof. Vanessa